segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Literatura de férias



Quando era miuda devorava livros. Devorava no sentido da palavra mesmo pois era capaz de ler um livro num dia, só parava para comer e mais nada. Envolvia-me na historia de tal maneira que me imaginava dentro da historia e quando o livro acabava, não conseguia deixar de evitar uma ponta de tristeza como se aquelas pessoas da historia me deixassem e fossem para uma terra distante. Não havia nada que me desse mais prazer do que me esquecer horas a fio num bom livro. Quando os miúdos nasceram o meu tempo de ler ficou limitadíssimo pois todo o tempo que tinha disponível era para fazer outras coisas que não ler. E sentia cada vez mais a falta dessa entrega. Este ano, pela primeira vez em 7 anos, consegui ler 2 livros inteiros nas férias (a caminho do terceiro). Uma vitória portanto.

O tipo de literatura que gosto é do mais variado, desde livros mais clássicos e contemporâneos a livros mais rascas. Gosto particularmente de dramas e mistérios embora policiais não seja exatamente a minha onda. Livros românticos também gosto sendo um dos meus autores favoritos o Nicholas Sparks. No entanto, também gosto de me aventurar por autores desconhecidos e por vezes acabo por ter belas surpresas.

O primeiro livro foi assim mesmo. O meu marido (que não lê) andava de volta dos livros para ver se lhe vinha a inspiração para ler (que nunca vem) e pegou num livro cujo titulo nos chamou a atenção por ser as gémeas e nós termos gémeos.

Data de publicação: 6 Junho 2014

               Título Original: The Twins
               Chancela: Chá das Cinco
               Preço com IVA: 16,96€
               Páginas: 288
               ISBN: 9789897101038

Sinopse: Elas eram idênticas em tudo… até o impensável as ter separado. 
Isolte e Viola são gémeas. Inseparáveis durante a infância, tornaram-se adultas muito distintas: Isolte é uma redatora de sucesso numa revista de moda, tem um namorado fotógrafo e um apartamento em Londres; Viola é uma pessoa desesperadamente infeliz e luta há muitos anos contra um distúrbio alimentar. 
O que terá acontecido no passado para que as gémeas seguissem caminhos tão diferentes nas suas vidas? À medida que as duas irmãs começam a esclarecer as tragédias de um verão meio esquecido, segredos terríveis do passado vêm à tona, ameaçando apoderar-se das suas vidas…

Sobre o autor: Saskia Sarginson cresceu em Suffolk, no meio de uma floresta. Tem quatro filhos e vive em Londres. Este é o seu primeiro romance.

Imprensa
«Uma obra extraordinária. Em parte thriller, em parte uma história de amor, garanto que o leitor não irá conseguir largar o livro.»
SUN

O que achei?

A sinopse agradou-me e fiquei absolutamente rendida nas primeiras páginas do livro quando a autora logo na primeira página diz: 

"A história de nossa concepção foi do tipo comum, como ensinam nas aulas de Biologia. Você sabe como é: um espermatozoide atlético chega ao objetivo, que é o ovo, e uma nova vida começa.Assim, aqui estamos nós, um único bebezinho sendo construído. Daí vem a parte extraordinária, porque esse ovo único se parte, dividindo-se no meio, e nós nos tornamos dois bebês. Duas metades de um todo. É por isso que é estranho mas verdadeiro: fomos uma só pessoa antes, mesmo que tenha sido só por um milissegundo."



Só quem tem gémeos idênticos como eu tenho consegue perceber exatamente o valor de uma frase destas. Na altura não conhecia nem tinha investigado nada sobre a Saskia mas nessa altura percebi que uma pessoa que escreve isto, só podia ela própria ser mãe de gémeos, facto que vim a confirmar mais tarde, Ao longo do livro foram várias as atitudes e expressões entre as gémeas descritas pela autora que se via nitidamente que eram feitas com conhecimento de causa e isso agradou-me particularmente. A história em si é pesada. Uma das gémeas sofre de anorexia e o leitor consegue perceber o sofrimento dela através da escrita da autora. No entanto, o motivo que levou ao afastamento das gémeas que é falado na sinopse não considerei que fosse o suficiente. Compreendo que foi a diferença de personalidades entre ambas que fez com que a historia se desenrolasse da maneira como se desenrolou mas a meio, o leitor perde-se um bocado e ficamos como que desejosos de saber mais. A leitura também chega a ser por vezes confusa mas ai a autora não tem culpa pois julgo ter a ver com a tradução que foi feita. De qualquer modo gostei de ler e recomendo. 



 
Título: Perdoa-me
Autor: Lesley Pearse
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 488
Editor: Edições Asa
PVP: 17,50€

Sinopse:
O instante em que encontrou a mãe sem vida nunca se extinguirá da memória de Eva Patterson. Num bilhete, as suas últimas e enigmáticas palavras: Perdoa-me.
O mundo seguro de Eva ruiu naquele momento devastador. Mas o inesperado suicídio de Flora vai marcar apenas o início de uma sucessão de acontecimentos surpreendentes. No seu testamento, Flora deixa a Eva um estúdio em Londres. Este sítio é a primeira pista para o passado secreto de uma mulher que, Eva percebe agora, lhe é totalmente desconhecida.
No sótão do estúdio, a jovem encontra os diários e os quadros da mãe, provas de uma fulgurante carreira artística mantida em segredo. O que levou Flora a esconder tão fundo o seu passado? Ao aproximar-se da verdade, Eva descobre um crime tão chocante que a leva a questionar-se se alguma vez conseguirá, de facto, perdoar.

O que achei?

ADOREI! Não tenho palavras para descrever o quanto gostei deste livro. Adorei cada bocadinho, cada página. Emocionei-me, zanguei-me, chorei e ri  de felicidade. Consegui imaginar cada bocadinho da história e cada lugar descrito como se já lá tivesse estado. Consegui ter empatia com vários personagens e antipatia por outros. Adorei todo o mistério envolvido na história e mesmo depois de ter descoberto o grande mistério, a autora ainda nos conseguiu envolver mais para sabermos como a história iria terminar. Foi a sensação de pensar que a história já não evoluiria muito mais e de repente acontecer uma reviravolta imensa. Percebo quando dizem que a Lesley Pearce é uma das autoras favoritas do publico português. Passou a ser uma das minhas autoras favoritas também, de tal modo que não resisti em ler outro livro dela: "Nunca me Esqueças".


Este livro é diferente de todos os outros pois trata-se da historia veridica de Mary Bryant que até então desconhecia mas que vim a descobrir a meio da leitura que já teve um filme inspirado nela e uma mini série. Estou a pouco mais de meio do livro e é sem duvida nenhuma uma historia fantástica com pormenores que nos deixam arrepiados principalmente por sabermos que não foram invenção. Estou a adorar a historia. Sei que não vou gostar do fim pois fiquei cheia de curiosidade para saber o que tinha acontecido a ela na realidade e sei que o livro não vai florear a questão. Mas vale a pena ler até ao fim e estou desejosa de continuar a ler, agora com o tempo mais limitado pois já voltei ao trabalho.

A sinopse deixa muito a desejar e não faz juz ao livro. Foi um choque tremendo quando comecei a ler o livro e percebi então de que se tratava a história, mas aqui vai:

"Num dia...Com um gesto apenas...A vida de Mary mudou para sempre.Naquele que seria o dia mais decisivo da sua vida, Mary – filha de humildes pescadores da Cornualha – traçou o seu destino ao roubar um chapéu.O seu castigo: a forca.A sua única alternativa: recomeçar a vida no outro lado do mundo.Dividida entre o sonho de começar de novo e o terror de não sobreviver a tão dura viagem, Mary ruma à Austrália, à época uma colónia de condenados. O novo continente revela-se um enorme desafio onde tudo é desconhecido… como desconhecida é a assombrosa sensação de encontrar o grande amor da sua vida. Apaixonada, Mary vai bater-se pelos seus sonhos sem reservas ou hesitações. E a sua luta ficará para sempre inscrita na História. Inspirada por uma excepcional história verídica, Lesley Pearse – a rainha do romance inglês – apresenta-nos Mary Broad e, com ela, faz-nos embarcar numa montanha-russa de emoções únicas e inesquecíveis."

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