sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Aventuras da madrinha #1

Lá no outro blog do "Era uma vez..." expliquei que vou ser madrinha pela primeira vez. Foi uma noticia que me deixou imensamente feliz, principalmente por ter vindo de quem veio, uma das minhas melhores amigas, a Ritinha. Se há coisa que quando soube que a Ritinha estava grávida, desejava do fundo do coração era ser madrinha deste bebé. Porque é o seu primeiro bebé, porque sei o quanto era desejado e porque a Ritinha é para mim uma irmã. Por isso, quando ela me convidou no dia em que fiz 38 anos, foi para mim a maior prenda de anos que ela me podia ter dado. 

A única grande pena que tenho é que ela não viva aqui ao meu lado. Mas para estarmos presentes na sua vida não precisamos de morar mesmo ao lado. E afinal de contas, o que são 50 Kms quando há familias afastadas por um oceano?

O batizado já está marcado. Vai ser dia 28 de Setembro. Revivi nos últimos dias tudo o que passei quando resolvi batizar os meus pipoquinhas. Ainda agora estive a ler no blog pessoal deles as aventuras para os batizar. Então é assim. Uma das coisas que me tinha chateado quando batizei os meus filhos, foi a exigencia que faziam para serem madrinhas ou padrinhos. A madrinha e padrinho supostamente têm de ser batizados (compreendo), ter a 1ª comunhão(aceito) e serem crismados (aqui depende das igrejas), MAS também para serem padrinhos ou madrinhas só podem ser solteiros (tudo bem) ou casados pela igreja (What?). Mais, uma vez tendo sido casados pela igreja mas divorciados, bem que podem ter o crisma que deixam de ser aceites como padrinhos (WHAT????) Mais ainda... mesmo que não tivesse casado pela igreja mas fosse divorciada e a pessoa refizesse a sua vida e viver em pecado (união de fato), também não podia ser madrinha ou padrinho. Esta é de fato a regra mais estúpida (perdoem-me os crentes) da igreja. Ora francamente, uma pessoa tem lá culpa de não ter acertado à primeira no seu marido ou mulher???? Tudo bem que fazemos aquelas promessas da saúde e doença, alegria e tristeza até que a morte nos separe mas caramba. Ás vezes não dá mesmo. Uma pessoa não deixa de acreditar em Deus ou fica descredibilizada perante Deus por procurar ser feliz noutro lado, com outra pessoa. Esta é a minha opinião. Acho uma estupidez incrível fazerem disto regra para sermos padrinhos. Isto não é uma coisa que se escolha. Eu não escolhi divorciar-me. Aconteceu... como pode acontecer um acidente qualquer. Uma pessoa não se divorcia por dá cá aquela palha. As pessoas cometem erros. Eu percebo a historias dos sacramentos e o casamento ser um sacramento e tal, mas não há tanta gente de fé que escolhe nem se casar e portanto não fazer esse sacramento? Isto não pode nem deve ser uma coisa obrigatória. Não faz sentido nenhum que o seja.

Perante isto tudo eu, divorciada com a minha vida refeita e bem refeita, mãe de 2 putos lindíssimos batizados que até gostaria de coloca-los na catequese para aprenderem um pouco mais sobre esta fé, vejo-me perante a possibilidade de não poder ser madrinha do meu Francisco porque sou... divorciada.

Tendo eu já batizado os meus miúdos, sabia que isto não podia ficar assim. Felizmente a Ritinha depois de conversar com o padre da paróquia, lá conseguiu que me aceitassem como madrinha de coração. Sim. Gosto do nome. Melhor do que testemunha como chamaram ao meu irmão. No entanto, mais uma vez, uma nova imposição, que frequentasse uma reunião de preparação de batismo. 

Como sabia (já tinha visto no batizado dos meus miúdos), que a reunião podia ser em qualquer paróquia, decidi fazer na minha. Felizmente era só uma. Tive a sorte de ter ido lá, precisamente no dia em que ia a haver reunião de preparação para pais e padrinhos. A reunião era as 20 horas. Uma hora verdadeiramente chata para estas coisas. Há coisas que realmente não entendo. Todas estas pessoas têm bebés e filhos, ou não estariam lá. Vão marcar estas reuniões para a hora de jantar? Coisa estranha realmente. Enfim, lá ouvi eu todo o processo de batismo, que até foi bom pois foi igual à ultima reunião de preparação que tive na altura dos miudos em que não tinha entendido nada por ser demasiada gente numa sala pequena, com imenso calor e uma pessoa que falava baixinho e não explicava com entusiasmo nenhum. Este diácono, devo confessar que foi um espetáculo. Apesar de ter demorado mais do que ele me tinha dito (demorou 1h30), foi uma reunião super interessante. Ele falava de um modo verdadeiramente entusiasmante e sabia explicar mesmo bem todos os conceitos. Admito que não me lembrava de metade das coisas. Sabia obviamente o que tinha de fazer como madrinha mas agora sei os porquês de o fazer. As vezes também pormenorizava demasiado e dispersava um bocadinho mas também era eu que estava impaciente por estar ali a uma hora que não me era nada conveniente e que queria era despachar. Se calhar se fosse lá sem pressões, seria melhor.

E pronto, lá saquei a declaração no fim da reunião e estou oficialmente preparada para ser madrinha do Francisquinho.



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