sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Rico serviço de saude que temos

Depois de uma semana de trabalho que pouco ou nada me apeteceu fazer embora tivesse quilos ou melhor, toneladas de coisas para fazer e que portanto limitei-me a organizar o espaço para que quando volte em força não haja desculpas, eis que me debruço na minha ultima semana de férias. Dito assim até parece que o mundo vai acabar amanhã. Não acaba não, mas só de pensar que depois férias só daqui a um ano, dá.me uma coisinha má. Juro que até já ando a pensar se não deviamos casar entretanto para ter mais uns diazinhos extra de férias... mas depois acordo.

Tinha andado a estranhar que estas férias até estavam a correr muito bem em termos de saude para mim e para os pequenotes. O unico que teve uma incursão ao hospital acabou por ser o meu maridinho que nunca adoece mas estas férias foi brindado com uma valente otite.

Ora, estava eu a estranhar, quando a meio desta semana o meu Diogo aparece a dizer que lhe doi o ouvido. Ora as nossas antenas ficaram alerta porque o facto dele se queixar já era no minimo estranho. Ainda pensámos se não seria tanga por ver o pai a dar mergulhos com umas bolas nas orelhas mas ao tocar-lhe sem ele reparar ao levarmos um valente AI, percebemos que não era tanga nenhuma. Resolvo então estrear-me no centro de saude da Charneca da Caparica pois não me estava a apetecer largar 65 euros só para o pediatra olhar para dentro dos ouvidos. Chegada lá, tento perceber o funcionamento daquilo. Havia umas senhas que eram colocadas à disposição por volta das 14 horas por ordem de chegada das pessoas, pessoas essas que podiam chegar, tanto 3 horas antes como em cima da hora. Isto queria dizer supostamente que quanto mais cedo chegassemos maior probabilidade teriamos de ser logo atendidos. Isto pensava eu na minha ilustre ignorancia. Cheguei lá as 13 horas e já tinha 3 pessoas a frente. Como o pai não quis ir lá levar o Diogo, arrisquei perder o lugar para o ir buscar e continuar lá comigo (mas isso dava outra história que não vem para aqui chamada :)). As 14 horas fomos fazer a inscrição e mandaram-nos para a sala de pediatria, sala essa que estava a abarrotar de gente e bebés recém nascidos doentes e sem ser doentes á espera de consulta. Fiquei logo de coração apertado e a dizer ao Diogo. Por favor tira as mãos da boca e não toques em nada se não ainda chegas com uma otite e sais com uma doença pior. Não é por nada e não quero estar a dizer que sou fina ou deixo de ser, mas havia lá pessoas de aspecto muito, muito duvidoso. O Dioguinho mesmo assim, portou-se lindamente apesar de já estar farto dali estar. Valeu ter levado o telemovel para ele jogar uns joguinhos se não, não sei como seria. Finalmente pelas 16 horas, depois da carrada de gente se ter ido embora, começaram a chamar as urgencias. Entrámos na sala, onde um suposto pediatra com uma idade já entradota, nos atende. Comecei a dizer que o Diogo tinha acordado a queixar-se de dores no ouvido (e aponto para o ouvido esquerdo). Diz o Diogo naquele tom de voz particular que todas as crianças de 5 anos têm. É O DIREITO!!! O pediatra sem mais nem porquê, vira-se para o Diogo no mesmo tom de voz dele e diz. "FALE MAIS BAIXO QUE NÃO É PRECISO GRITAR." Depois vira-se para mim e continua: "Hoje em dias as crianças estão umas mal educadas". O Diogo ficou boquiaberto a olhar para o médico e eu igual. Tão chocada que só consegui esboçar um... "Diogo tens de falar mais baixinho", pois estava tão incrédula com a situação que não sabia se havia de reclamar com o médico se reduzir-me à minha insignificancia. Mas não ficou por aqui. Depois de lhe ver os ouvidos (sem observar rigorosamente mais nada), temos o seguinte diálogo:
Dr: O Diogo tem uma otite e vai ter que tomar antibiotico.  Vou passar o genérico pode ser?
Eu: Olhe, se não se importa, passe-me o original pois eu já tive uma má experiencia com um genérico e aconselharam-me a não comprar antibioticos sem ser os originais."
Dr: Quem é que lhe disse isso?
Eu: A minha médica e de facto já me aconteceu tomar um genérico que não me fez nada
Dr. :Pois, mas isso é mentira. Fique a saber que eu já visitei uma fabrica onde são feitos os antibioticos e a máquina era mesma. Depois de sairem da maquina é que iam cada um para a sua farmaceutica
Eu: Ai ? Pois. Eu não estive em fabrica nenhuma mas convenhamos que é estranho uns custarem 1 euro e outros 10. E de facto já me aconteceu uma vez um genérico não me fazer nada.
Dr. : Mas agora você também é doutora? Você não esteve lá mas eu estive e vi como se faz. É tudo a mesma coisa.

Nessa altura percebi que nem valia a pena rematar. Passou a receita (do genérico) e ao sair perguntou (nem sei bem porquê)
Dr.: Tem irmãos o Diogo?
Eu: Sim. Um irmão gémeo.
Dr. Ai sim? São iguais?
Eu: (sem grande pachorra para dissertações sobre serem iguais ou não) Sim. São iguais.
Dr. Mesmo iguais?
Eu: Sim. Mesmo iguais. Adeus e com licença.

Quer dizer, depois de uma consulta surreal que mais merecia era uma reclamação formal, ainda queria dissertar sobre gémeos, não? Santa paciencia... Que rica experiencia no centro de saude. Valeu que não paguei nada mas agora estou para saber se este genérico pelo menos faz o efeito que deve fazer.

Sem comentários: